Controlada pela gestora de private equity Vinci Partners há dois anos e meio, a rede de medicina diagnóstica CURA triplicou de tamanho nesse período. O crescimento veio de aquisições de laboratórios concorrentes do Sul do país, sendo que a mais recente delas foi a compra do Lab Imagem, de Londrina (PR), no mês passado. No total, a Vinci investiu cerca de R$ 300 milhões nas aquisições.
Com esse aporte, a receita da rede de medicina diagnóstica aumentou de R$ 120 milhões para R$ 360 milhões entre meados de 2018 até agora. Além disso, a empresa que tinha apenas três unidades em São Paulo passou a contar com 30 laboratórios distribuídos também no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. “Já somos o sexto maior grupo de medicina diagnóstica”, disse Carlos Eduardo Martins, sócio da Vinci Partners. Os cinco maiores laboratórios são Dasa, Fleury, Hermes Pardini, Alliar e Sabin.
Atualmente, a gestora detém 80% de participação o CURA e a outra fatia pertence ao fundador do CURA, o médico Jacob Szejnfeld, e aos antigos sócios do Grupo Mérya, uma rede de medicina diagnóstica gaúcha adquirida em 2019 e que fez o CURA saltar de tamanho e entrar em novas praças. “Somos líderes de mercado em Londrina, após aquisição do primeiro e segundo maiores laboratórios da cidade”, disse Michel Sarkis, CEO do CURA grupo.
Com as aquisições, a rede de medicina diagnóstica hoje é dona dos laboratórios CURA (SP), Ultramed, Lab Imagem, CDIP, Viva Imagem, Medimagem (PR), Medvia e SRC (RS), Sonitec e CDIP (SC). Segundo Sarkis, o grupo continua analisando outros ativos para aquisição, principalmente, no Sul do país.
A empresa também tem um negócio de teleradiologia, ou seja, diagnóstico de exames de imagem a distância que atende hospitais e clínicas, normalmente, localizados em regiões distantes que carecem de médicos radiologistas. São realizados 800 mil laudos por ano.
Questionado sobre a demanda de exames nesta pandemia, o CEO do CURA grupo informou que, no começo do isolamento social, o volume de procedimentos chegou a cair 80%. Essa perda vem sendo compensada pelos exames para diagnóstico da covid-19. “Acreditamos que ainda há uma demanda represada. Muitas pessoas deixaram de realizar seus exames e ainda vão fazer quando a pandemia melhorar. Além disso, há os exames que precisam ser feitos nas cirurgias e outros procedimentos médicos de maior complexidade que também foram adiados”, disse Sarkis.
Sobre a oferta de vacinas contra a covid-19, o CEO do CURA grupo informou que não pretende comercializar o imunizante em suas unidades nesta primeira etapa, quando há falta do produto, e defende que a vacinação seja realizada pelo governo para melhor controle da pandemia.